A
origem da educação física história
da educação física relaciona-se com as Ciências que estudam o
passado e o presente das atividades humanas e a sua evolução. O homem, condicionado à situações de ser pensante,
desempenhou, em todas as etapas da vida, um papel importante na história da
educação física, a qual se propõe a investigar a origem e o desenvolvimento
progressivo de suas atividades físicas, através do tempo: sua importância, as
causas de seu apogeu e da sua decadência.
A
educação física evolui à medida que se processa a evolução cultural dos povos.
Assim, a sua orientação no tempo e no espaço está em sintonia com os sistemas
políticos, sociais, econômicos e científicos vigentes nas sociedades humanas.
Na Pré-História havia
a preocupação do desenvolvimento da força bruta, sob o ponto de vista
utilitário-guerreiro, sem ideia definida do ponto de vista moral.
Na Antiguidade,
os gregos, entretanto, mais evoluídos, visavam ao
desenvolvimento físico e moral do homem. Nesse período, a educação física
visava o aspecto somático, harmonia de formas, musculatura saliente, sem
exagero, de onde surgiram os atletas de porte esbelto. É a fase anatômica da
educação física. Já entre os romanos,
que herdaram com a conquista da Grécia as
atividades físicas dos gregos, em plena decadência, orientavam a educação
física, objetivando o desenvolvimento das massas musculares. Pouco se dedicavam
à cultura intelectual e muito menos a da moral.
Quando
se fala em educação física, forma-se logo no pensamento a imagem de movimento
ou locomoção. Logo, não se pode pensar em exercícios físicos sem primeiro
atentar para a sua origem: Os antropólogos e paleontólogos, pesquisando certos terrenos geológicos,
descobriram que o homem apareceu entre o fim Plioceno e o começo do
Pleistoceno.
A
existência humana determina necessidades econômicas. Estas obrigaram o homem a
locomover-se, de uma região para outra, numa mesma época do ano, ou em épocas
diferentes, iniciando, assim, inconscientemente o adestramento do corpo,
melhorando, através de milhões de anos, o seu aspecto físico para vencer melhor
a luta pela vida, quer procurando os bens econômicos, quer defendendo-se ou atacando,
sem, no entanto, constituir-se uma preocupação diária, em virtude de ser uma
prática natural, do saltar, trepar, correr, lançar, nadar, aprimorando,
consequentemente, as funções orgânicas. O elevado grau de desenvolvimento
físico, decorrente do trabalho orgânico, agudeza dos sentidos de que eram
dotados os povos selvagens, são provas irrefutáveis de que os exercícios
físicos, nasceram instintivamente com o homem, em razão de suas necessidades
econômicas e biológicas.
A
observação que se faz e a conclusão a que se chega, no recém-nascido, por onde,
constata-se que "o movimento é o seu gesto mais pronunciado". O
instinto de mover o tronco e as extremidades primeiramente arrastando-se,
depois andando de gatinhas (quadruptação), logo depois andando, trepando,
correndo, saltando e, quando já adulto, sentindo-se forte, surge-lhe o instinto
da luta, procurando dominar os mais fracos, depois os de igualdade de condições
e às vezes os mais fortes. Esses movimentos e meios de locomoção, certamente,
eram mais acentuados nos recém-nascidos primitivos do que nos civilizados, os
quais sofreram os influxos progressivos do regime e do meio que passaram a
viver.
Nessa
altura compreende-se, pois, que a educação física teve origem com o ser vivo e
sua racionalização. Com o homem, quando compreendeu ser, o desenvolvimento da
potência física, necessária à sobrevivência, remontando a sua prática aos mais
antigos povos orientais.
Educação física pelo homem primitivo: Surgiu, como já vimos, com o aparecimento do
homem. Porém, na pré-história,
não se encontram indícios concretos de como foram praticados tais exercícios
pelo homem primitivo, além da imitação. Partindo, todavia, da Lei do Uso (Lamarck),
segundo a qual a utilização frequente dos diferentes órgãos, sistemas e
aparelhos, em época e situações também diferentes, de acordo com os estágios
pelos quais passou o homem, desenvolveu-se e, ao mesmo tempo, aperfeiçoou as
funções determinando mudanças morfofuncionais; e do seu aforismo: "A função
cria o órgão" (Lamarck), conclui-se que, existindo a espécie animal, existe movimento e, portanto, exercícios físicos,
os quais, pela sua repetição, aperfeiçoam e desenvolvem os órgãos, sistemas e
aparelhos.
O homem primitivo: Deslocava-se de um lugar para outro a procura de alimentos,
marchando, trepando, nadando, saltando e lançando as suas diferentes armas de
arremesso.
Pela
repetição contínua desses exercícios, na luta pela sobrevivência, aperfeiçoava
as funções educando-as gradativa e inconscientemente, segundo as leis naturais de criação (biológicas), confirmando
pelo aforismo: "Natura non facit saltus" (Cuvier).
Educação física na China: O povo chinês mantém as características da
civilização mais primitiva na Terra. Ninguém sabe da onde vieram e qual a sua
raça. Remonta, sua origem, segundo amitologia,
a Pam-ku (o primeiro homem) que teria trabalhado 18 mil anos, ano 2 222 000 a.
C.
Educação física no Japão: A palavra Japão é
uma corrupção do vocábulo malaio Japang ou Japum que designa as ilhas; é uma tradução
do termo Nippon que por sua vez é uma corruptela do nome chinês Jith-Pon ("lugar donde vem o sol").
Geralmente, os nipônicos empregam a palavra Nipoon, com o adjetivo Dai, que
significa Grande (Dai Nippon - Grande Japão). O império foi fundado pelo
Imperador Jimm, 647 a. C.
Educação
física no Egito: Os egípcios, segundo se pode afirmar, 5000 a C., aparecem na
história como uma civilização adiantada. A princípio, o povo vivia em tribos,
tendo cada uma delas suas leis e sua religião; mais tarde se reuniram, no alto
e baixo Egito, para formarem o reino do Egito, sob a direção de um chefe único, o Faráo (Pharaon
ou Piraout, o Duplo Grande Mora; vem de Phrah, o sol), que o povo acreditava
ser a encarnação do deus nacional Horus, o filho do deus-sol Rá, cuja dualidade
é simbolizada pela Serpente e pelo Falcão, a cana e a abelha, o Lotus e o
papiros.
Educação física no Irã: Denominava-se povos iranianos os elamitas
(primitivos), os Medas e os Persas,
que habitavam o vasto Planalto do Irã, continuação do Pamir, região que se estende do
Mar Cáspio ao golfo pérsico e do Rio Tigre ao Indus; o primeiro de raça
turanina, descendente dos Sumérios, os dois últimos de raça ariana.
Educação física dos mesopotâmicos: Denominava-se povos mesopotâmicos os Sumerianos,
os acadianos, amorreos (o Oeste) e elamitas, que habitavam a região
compreendida entre os rios Tigres e Eufrates, chamada Mesopotâmia (entre
rios), que, vindos das montanhas da Armênia.
Bom
se relacionando aos gregos e outros anteriores a 2000ªC., pouco se sabia até o
século passado, quando, em 1878, um comerciante cretense, Minos Kalokairinos,
desenterrou estranhas antiguidades ao sul de Heraclião (antiga Creta), a seguir, os arqueólogos Heinrich
Schliemann, alemão 1822-1890, Arthur Evans, inglês,
(1851-1941), investigando, efetuaram escavações na Ásia
Menor (Troia) e no Peloponéso (Micenas, Pilos e Tirinto),
encontrando vestígios de antiguissima civilização, que florecera a uns 3000
a.C. Estudos efetuados posteriormente forneceram elementos que permitiram
melhor conhecimento da Grécia pré- histórica, revelando ao mundo ter existido a
Civilização Egeana, até então ignorada, originária da Ilha de Creta, cujos
habitantes eram chamados Kefti (insulanos ou marítimos), que formaram a base da
civilização egeia, precursora da grega.
As
escassas informações, dessa civilização, passaram à história através de
estranhos hieróglifos gravados em monumentos, armas, ídolos, cerâmicas, joias,
tabletes de argila etc., estes, descobertos nas ruínas de Cnossos, até hoje
pemanecem indecifráveis. A falta da escrita, as pinturas encontradas, não
proporcionam dados expressivos a respeito dos costumes e instituições de Creta.
Os
muros, recentemente desenterrados, revelaram que a cultura física era praticada
com tal paixão, sob o aspecto de exercicios de
força e destreza, que chegaram a construir praças de jogosou circo. Pelos pictogramas e pinturas de cenas esportivas,
encontradas, nos muros.
Conclui-se que os cretenses praticavam diversos jogos (corrida a
pé, saltos, touradas; danças,
exercícios ginásticos; Pugilismo, Boxe, lutas e gladiadores;
jogos de xadrez e caça). A educação física era praticada, como se pôde deduzir, sob os
aspectos militar, esportivo, médico e rítmico.
Aspecto
militar: Com este objetivo preparavam o exército para
a guerra, sob o caráter guerreiro, em toda sua amplitude, para desenvolver o
sangue frio e a coragem, utilizando-se da luta degladiadores entre
homens, e entre homens e mulheres com os animais ferozes, tal qual foi mais
tarde praticado em Roma,
e com o mesmo fim, isto é, de alegrar a aristocracia debochada e sedenta de
crueldade e prazer, e acostumar a ver matar.
Aspecto
esportivo: Desenvolvia, individual e coletivamente, as qualidades guerreiras:
Caráter individual: Praticavam os esportes que
desenvolviam as qualidades inatas do guerreiro, tais como coragem, ousadia,
resistência e confiança em si mesmo. Entre muitos exercícios salienta-se de uma
maneira especial:
a) Corridas a pé: As quais formavam a
base dos exercícios de destreza e agilidade, com o objetivo de aplicá-lo
as corridas de touros.
b) Pugilismo: Constituido de uma espécie
de Boxe, parecido com o box dos dias atuais, no qual era
permitido golpearem-se tanto com os pés como com os punhos, tal como no
Pancrácio dosgregos, ou o “catch_as_catch_can” dos americanos do
norte. Muitos lutadores encontravam, a mais das vezes, a morte no decorrer do
combate. Os atletas, já nessa longinqua época, eram divididos em
categorias, assim compreendidas: peso
leve, que lutavam de mãos livres, podendo golpearem-se com os pés; peso médio, que usavam capacetes, com
penachos e luvas; peso pesado,
que eram protegidos com um capacete, máscara e luvas de couro acochoadas,
compridas e trançadas. Lutavam até que um deles caísse exausto e o vencedor o
pisasse triunfante.
c) Combate de gladiadores: Este combate,
levado a efeito no próprio local do sacrifício ao culto a Minotauro, em que se
sacrificavam vítimas humanas (escravos ou prisioneiros), no qual o vencedor
obtinha a liberdade e o vencido era sacrificado, costume esse encontrado na
Grécia primitiva como herança da civilização cretense e, mais tarde, em Roma como herança da Grécia, quando a
conquistaram.
d) Corridas de touros: Com o correr dos
tempos, a luta de gladiadores tornou-se insípida e foi substituída pela corrida
de touros dentro da arena, como parte integrante do culto sagrado ou
touromáquico, em homenagem a divindade touro-homem, em que a vítima em geral
terminava espetada nos chifres dos touros bravos.
Caráter coletivo:
Este compreendia as caçadas e corridas de carros, com o espírito de competição
e recreativo.
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